segunda-feira, 26 de maio de 2008

Livre arbítrio

Senti meu corpo deslizar através do líquido até o fundo da banheira. Cobri o rosto de água deixando apenas o nariz para fora. Tinha os olhos fechados e o cabelo flutuante. Quando os abri, vi tudo de maneira diferente.
Sentia a água quente. Era inverno e minha pele se mostrava mais branca que o normal. Não me mexi. Pensei comigo: “será que alguém consegue se afogar numa banheira?”. Fechei os olhos novamente e prendi a respiração. Emergi. Ficaria lá eternamente. Queria saber se era possível. Estava disposta. Não tinha nada a perder, mas não agüentei por motivos biológicos. Era mecânicamente impossível. Quando levantei a cabeça da água, nenhum dos meus problemas tinham desaparecido.

Um comentário:

Pedro Rabello disse...

Desse jeito é quase impossível. Não conheço forma de suicídio que dependa da vontade humana assim que dê certo.