sábado, 26 de julho de 2008
Meus quatro amigos
O bibliotecário acertou em cheio quando disse:
- Vai passar o fim de semana bem acompanhada!
Realmente! Não era o plano A, mas, confesso, que o B ta mais pra ótimo que qualquer outra coisa...
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Entre as páginas
Não sei que tipo de pessoa você espera que seja o narrador de um livro ou filme. Nem sei se você já pensou nisso. Eu, particularmente, prefiro os bem oniscientes, inconseqüentes e personagens ativos na trama. Daqueles que estejam o tempo todo conversando com você como se te conhecessem tão bem quanto sua própria mãe. Gosto também daquele tipo cara-de-pau capaz de te adiantar detalhes da história ao ponto de se achar tão poderoso, mas tão poderoso como donos de cassino luxuosos que tem todo aquela gente controlada por suas super câmeras de segurança. Tão capazes de decidir a sorte (ou azar) do pobre cidadão comum sentadinho a mesa de vinte - um quanto um Deus antigo ou atual. Tudo por ali parece ser apenas como eles contam. Apenas o que eles querem te dizer. Gosto dos francos, dos mentirosos, dos irritantemente prepotentes, dos insensíveis, dos ridiculamente cegos, dos completamente desapegados, dos bobos, dos burros, dos inteligentes, intelectuais... Contanto que seja narrador com alguma característica marcante, tá valendo!
domingo, 20 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Mae - Just Let Go
quinta-feira, 17 de julho de 2008
PARTE V: Embarque
Ela desceu do taxi com os olhos cobertos por grandes óculos escuros. Tinha a área próxima ao nariz levemente avermelhada. Parou em frente às portas automáticas do aeroporto e contemplou o movimento do ambiente até o “seu” taxi partir. Não olhou para trás. Apenas carregava uma pequena mala de mão quase imperceptível perto das outras. Decidiu, por fim, desafiar suas pernas travadas a se movimentarem.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
PARTE I - Incógnita
A campainha tocou. Ela estava à espera de seu, talvez, novo assistente. Pelo que conversaram ao telefone, traçou um perfil barato tomando como parâmetro os clichês comportamentais na época em que o entrevistado nascera, a entonação que dera as palavras, do timbre de voz, gírias e vícios de linguagem pronunciados.
Ela sempre agia de forma peculiar além de falar muito pouco, fato responsável pelo desconcerto de todos os entrevistados anteriores. ‘Este é satisfatório’, pensou consigo. Marcou aquele encontro prévio para examinar o rapaz antes de dar a palavra final.
Quando entrou no apartamento não surpreendeu a anfitriã. Era exatamente como ela imaginara. Foi capaz até de acertar sua roupa com pequenos detalhes. Da informalidade do botão aberto do colarinho até a cor de camisa escolhida para aquele tête-à-tête profissional.
Examinava-o com certa superficialidade. Também era fácil de reparar que, mesmo tendo cinco anos a mais, ele se sentiu infinitamente desconfortável pela presença feminina no recinto. Ela notara, mas não fez questão alguma de confortá-lo. Falava apenas o necessário. Era um tipo angelical transformado em megera intelectual bem cuidada.
sábado, 12 de julho de 2008
TERAPIA
- Um pouco de boa sorte. – Pensou.
Tinha um potencial muito além daquelas entrelinhas iniciais. Era movida a dedicação, organização, comprometimento e uma pitada de talento. Parte pelo seu gênio indomável e influências literárias desde a infância. Tinha um senso crítico apurado, ninguém era capaz de negar. Outra influência primordial para a mistura satisfatória era o nascimento. Neta de político de direita, filha de militantes de esquerda, pôde contemplar, desde o berço, várias facetas do invólucro parlamentar-social deste país. Cresceu entre pessoas diferentes de si mesma, um pouco perdida, um pouco assustada. No começo, se escondia atrás dos óculos cafonas mergulhados nas páginas de mais um romance do século XVIII-XIV. Jane Austin, de preferência.
Tinha um potencial muito além daquelas entrelinhas iniciais. Era movida a dedicação, organização, comprometimento e uma pitada de talento. Parte pelo seu gênio indomável e influências literárias desde a infância. Tinha um senso crítico apurado, ninguém era capaz de negar. Outra influência primordial para a mistura satisfatória era o nascimento. Neta de político de direita, filha de militantes de esquerda, pôde contemplar, desde o berço, várias facetas do invólucro parlamentar-social deste país. Cresceu entre pessoas diferentes de si mesma, um pouco perdida, um pouco assustada. No começo, se escondia atrás dos óculos cafonas mergulhados nas páginas de mais um romance do século XVIII-XIV. Jane Austin, de preferência.
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