quinta-feira, 20 de março de 2008

Dedico

Os olhos identificam o que se pode ver. Seu cérebro avalia possibilidades racionais. E o Coração? Na verdade, ele age ao acaso, involuntariamente. Apaixona-se aos poucos ou de uma vez, depende. Há sempre uma variante “X” nesta mistura. Nem o próprio poeta pôde explicar. Há algo sobrenatural, destino, compatibilidade, como você quiser denominar meu caro amigo. O resultado é, em certos pontos, assustador. Uma combinação indispensável para o seu universo pessoal. Você vê as cores de maneira diferente, formas se perdem, passa a confiar fielmente e aprende o sentido de palavras antes inexistentes em seu dicionário. Passa a acreditar no clichê e a não fugir mais dele. Libera sua vida para emoções desconhecidas. Conforma-se em sentir saudade, dividir atenções e aproveitar ao máximo os momentos mais simples ao lado de alguém. A amizade nos faz capazes de sairmos da ilha e nadar no mar azul. Não é menos que o amor, como alguns pensam, é apenas diferente. Particularmente, acredito que a verdadeira seja até maior e indissolúvel. Ainda acredito nos valores utópicos dos sentimentos, mesmo não gostando de admitir. Pois tudo nesta vida é tão descartável. E o verdadeiro sentido destas emoções é eterno. Simples assim.

é pra você, Bru.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Odeio

Olhei fundo nos olhos dele, depois repeti umas três mil vezes o quanto queria me ver livre daquilo tudo. Infelizmente, passado não é escrito a lápis que se apaga fácil com borracha. Escrevi minha vida a caneta tinteiro sem folha para rascunho. Os erros ficam claramente evidentes.

terça-feira, 11 de março de 2008

Texto de Técnicas.

O processo depende da primeira frase? Talvez. No meu caso, depende da última. Sempre leio o período final antes de comprar ou alugar qualquer coisa. É um ritual simbólico. Como escutar as páginas batendo umas nas outras quando folheio rápido. A primeira frase só aparece quando o desenho completo do texto já está aqui dentro. A última frase, sim, é o que me preocupa. Preocupa tanto por ser o último contato entre o leitor e o autor. É o momento em que estamos liberando aquele caro amigo para seu universo particular e esperando que ele leve alguma coisa daquele seu grande passeio a cavalo ao ar livre. Já posso soltar o braço do caro leitor?